O Show Tem Que Continuar

 



"O mundo inteiro é um palco" já dizia  Shakespeare.

Shake o quê?  Como ousa falar de um homem que viveu em 1564?

Estamos na era do "algoritmo", onde a junção das Princesas da Disney com personagens do Mortal Kombat viram espécies de beldades assassinas.

O céu é o limite.

Bem vindos ao mundo das IAs em 2025, onde tudo é possível e no momento, todo mundo quer virar personagem dos Studio Ghibli. 

Não. Não vamos começar uma discussão sobre o que é arte. 

Sei bem que...daria muito pano para manga. Kkkk.

Tô de zueira.

A coisa toda aqui é como nossa imaginação pode ser pintada como as asas de uma borboleta. Alegre e colorida, como toda boa arte.

Que papo de gente "good vibes" Glaucia. Quer dizer que a arte não pode ser sombria?

Pode. Pode sim.

Tem espaço pra todo mundo. Kkkk

O negócio é não rotular.

Afinal, aonde está a arte?

Música, literatura, cinema, televisão, teatro, moda, museu, arquitetura, natureza e o que mais?

Ah, tem tanta coisa.

Não importa como ou aonde.

Só o que importa, é que ela tem que continuar.


Cine Theatro Avenida

Vitor Souza, Artista.


Quase centenário, desde 1929, ele foi inaugurado pelos proprietários Sr. Antônio  Marques Figueiredo e o Capitão João Pereira de Andrade.

O cinema foi construído com preços populares com uma platéia de 380 lugares e um mezanino com 120.

Em 1985 ele se tornou um lugar para o desenvolvimento cultural e artístico da cidade, abrigando também o Teatro Municipal.

"Entrei aqui em 2021 como estagiário, cheguei na transição do fim da pandemia para o retorno presencial.

Venho colecionando muitas memórias, neste 'pouco tempo' que tenho. Fica até difícil organizar minhas ideias.

Tenho uma colega que trabalha faz 16 anos neste lugar, imagina o tanto de história?

Histórias dos eventos, dos bastidores, dos produtores.

Vou dar uma resumida pra não te fazer escrever por cinco anos com o que vou contar.

Neste tempo vi e vivi muita coisa.

Conheci muita gente. Tem pessoas que eu lembro e também que eu não lembro e isso faz parte da trajetória.

Tive contato com produtores, academias de dança, com os pais das bailarinas, pais dos atores e atrizes, escolas que fazem amostras artísticas.

Assisti muitos espetáculos de artistas Riograndinos,  artistas de fora e isso foi me enriquecendo muito culturalmente.

Muita memória eu tenho aqui de dentro. Isso me faz perceber a importância do Teatro Municipal para a comunidade.

O próprio teatro é como se fosse um baúzinho, onde eu abro e tem várias coisas que eu posso tirar dali. Separar uma, fica muito difícil.

As que eu guardo com mais carinho são as memórias que eu tive com a equipe, pois quem trabalha no teatro, trabalha porque gosta, renuncia tempo com a família nos finais de semana, renuncia tempo para fazer outras coisas da vida pessoal.

Todo mundo acaba se unindo.

Fiz grandes amigos, comemorei aniversários, as risadas que a gente acaba compartilhando  na hora de trabalhar com esses artistas nesses eventos.

Claro, eu também trabalho com teatro, tenho uma companhia com meus amigos - Cia Castelart - e uma das memórias que me marcou, foi quando apresentamos juntos pela primeira vez o espetáculo aqui.

Vimos o teatro cheio e isso nos marcou de tal forma que guardamos com muito carinho esse momento.

Mas, o patrimônio, o teatro em geral para esta comunidade é o que é mais importante,  que é ele mesmo".

Imagens: Acervo Pessoal Vitor Souza 










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