"Só a Bailarina Que Não Tem?"

 


Acordei com uma música na cabeça.

O trecho ficava ecoando, o arranjo feito com o toque suave do violino e o cello. 

Fiquei impressionada, pois ela ficou grudada comigo toda aquela manhã de Domingo.

As palavras ditas na música, pareciam fazer cada vez mais sentido para mim.

Eu ouço muitas histórias. Algumas eu posso (em partes) registrar e compartilhar, outras vão permanecer comigo.

Com a música tocando o tempo toda na minha cabeça, fui obrigada a ligar para ela. Para a personagem principal desse Espectáculo, que vos apresento, hoje:

"Oi, quero registrar tua história, agora. Acordei com a 'Ciranda da Bailarina' na cabeça que só me faz lembrar de ti".

A resposta dela, veio apavorada:

"Essa semana está muittto corrida. E vai ficar ainda mais. 

Tive todas as Férias, mulherrrrrrrr". Kkkk

"Brigando" porque não falei com ela nessa época.

É. Tempo tá valendo mais que dinheiro hoje em dia. 

A Heloísa é minha "Psicóloga do Coração", pois sabemos que eles não podem atender os amigos. 

Mesmo assim, às vezes me fala cada coisa, que eu penso: "Ainda bem que ela não me 'acompanha' de 'verdade' porque essa doeu no peito". Kkkk

Mas, temos a Heloísa Bailarina e a Psicóloga.

As duas conseguem uma fusão perfeita.

Algumas frases da letra do Chico Buarque e Édu Lobo diz:

"Procurando bem

Todo mundo tem pereba, piriri, coceira...(nessa frase segue uma lista de coisas indesejadas, kkk.)

Medo de subir, medo de cair...

Todo mundo tem pecados

Sala sem mobília

Problema na família

Todo mundo tem

Só a bailarina que não tem".

Verdade?

Cada um enxerga o que quer...

Pobre bailarina...fadada a ser perfeita.

A música fala de uma visão distorcida que muitas vezes criamos, idealizando pessoas.

Acho que essa bailarina, dos compositores, precisa de terapia.

Pois a verdade, Senhoras e Senhores, é que no Palco da Vida, o que permanece, é o que acontece "Atrás das Cortinas".


Heloísa Salgueiro Lima, Bailarina e Psicóloga.


"Danço desde os meus 7 anos.

Comecei cedo, pois a mini Helo, ficava acima do peso e minha mãe me colocou no ballet para ajudar. 

Eu achava um glamour total as roupas rosas, mas quando cheguei na primeira aula, chorei muito e quis ir embora. 

Mas, acabei voltando e nunca mais larguei.

Parei para estudar e voltei na Pandemia. 

Foi uma fuga para mim...da mente, alma e corpo. 

Dancei, dei aula, participei de campeonatos e foi uma das melhores fases da minha vida.

Ao longo que vamos avançando, os processos chegam no profissionalismo e então começa a ficar sério. Foi quando eu resolvi sair para manter a ideia e lembrança harmoniosa da dança. 

Entrei para a Psicologia que muuuitas vezes relaciona arte e terapia. 

Foi a melhor coisa, pude ver de fora que a dança era uma hobbie, uma paixão. 

'É preciso sair da Ilha para ver a Ilha'. 

A Psicologia é linda, cheia de sonhos e me ensinou a equilibrar essas paixões e ver que às vezes algumas coisas não cabem na vida. Tipo a dança. Mas, através delas é possível fugir da vida real por alguns segundos.

Hoje isso acontece na minha vida, através da dança e da Psicologia".

Imagem: Acervo Pessoal Heloísa Salgueiro

Música: Ciranda da Bailarina

Compositores: Chico Buarque e Édu Lobo.

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